Você não passa.

A verdade é que você não passa. Talvez Mario Quintana estivesse falando de amor.

Tão perto aqui dentro e tão longe lá fora.

Sua ausência é cheia da sua presença.

Não saberia o que é sentir a falta se não tivesse te conhecido.

Você é uma certeza. Freud não te conheceu.

Você pensa em mim?

Sem data

Em meu profundo te busquei, quis descobrir até onde vive em mim.

No fim não me espantei e nem tão longe cheguei

Não me coube no tanto de ti que encontrei.

 

Menina I – versos soltos

Rasurei três páginas inteiras
não aguento mais ficar sentada nessa cadeira.
E Ela ainda pensa que estou de brincadeira.

Teu feitio manso, me enche os olhos de estrelas
pudera eu, não estar sendo verdadeira.

Lhe fito séria, suspirando minha saudade
Meu cenho me indaga;
Espera! Ela carece de liberdade.

Menina – verdade absoluta

Não pretendo te entender.
Tão pouco sei se me permite te conhecer.

Teu estar presente me instiga,
embora tua vinda tenha perfume de despedida.

Não que eu gosto das tuas idas,
todavia, a dúvida é o que move a vida.

Amanhã é muito tempo
Então fique agora, não vá embora, quero sentir o teu alento.

Aglomeração

É e é na visão aglomerada de feridas do coração que sinto que estou crescendo,  é na tristeza da realidade que encontro minha crescente maturidade.

E é com o peito drogado de angustia que meu olhar se nítida enxergando o ar novo de quem tem que acordar para a vida.

Esse aperto me empurra para fora sem perguntar se estou pronta e essa inquietação silenciosa me perturba sem me conhecer.

Resposta Engolida

Minha inexorável armadura faz de meu recluso cenho um picadeiro onde minh’alma ri de meu negar diante do ato físico ou Psico em que teu estar revela-se presente invicto. Me banho dum desassossego que clama tua volta antecedente á tua ida, pois sou angustia e minha droga é te lembrar, mas como tudo é ciclo, meu ser se acomodou a te receber e não te pensar é suposição banal. Em contraparte á tua confissão, me encontro no dever de apurar que o teu olhar habituado á estagnar meus sentidos em memória, seria dádiva alcançada com desmérito se tua suplica minha emoção viesse a ceder. Contudo, é obvio que no instante em que lhe fizesse morada, teria prazer em causar-nos o caos, mas, ciente dos destroços que custariam a se recompor, guardarei minhas chaves, e a instancia que em ti conquistei, peço que mantenha entreaberta para que haja possibilidade de devanear com outro alguém.

Meus sonhos assinam com teu sobrenome.

Não vejo como se sente,

mas sei como de repente te sinto

e tu não te revelas em texto sucinto,

faz questão de se esbanjar da minha insanidade

e quando me repreendo, já é tarde,

tua estância se encontra em meu nome

e no teu olhar há um conjunto infinito de chaves

que destrancam os sentidos oprimidos

cativando o meu bem querer

 mesmo quando não me vê.

Chamada perdida.

Se soubesse como foi cruel não poder me render e te retornar as ligações perdidas… É até provável que saiba, na verdade, é certo que tem consciência do impacto que tua presença me causa independente da forma com que me apareça, talvez esteja a imaginar que não à atendi propositalmente, o que teria de fato acontecido perante a primeira chamada, que com certeza, pela minha razão seria ignorada, mas a segunda, meu coração com toda convicção não aguentaria o rock e se manifestaria por todo o meu ser para de te alcançar lá no teu canto reservado e restaura-la para o domínio. Também é possível e muito provável que tu tenha me procurado fora do teu estado perfeito de sanidade, não deve nem se quer lembrar-se de ter me discado, enquanto eu estou aqui a mercê de suposições que escandalizam meu orgulho. Se é que estava em si, sabe que estou com o teu nome nos olhos.